Buscar

Games

  • Dante's Inferno
  • Prototype
  • Street Fighter 4
Powered By Blogger

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Street Fighter 4

Street Fighter de volta à era dourada dos arcades.
Pegue a jogabilidade sem rodeios que marcou uma época (quase duas décadas atrás), acrescente novas habilidades e uma porção de cenários e visuais de tirar o fôlego. O resultado será o novo/velho Street Fighter IV, que absolutamente respeita a premissa imposta pelo seu produtor: um jogo feito à imagem e semelhança do bom e velho Street Fighter II; considerando-se aí as variantes todas da época, como Turbo, Champion Editiion e, é claro, o excelente World Warrior.

Desde os primeiros contatos SFIV, a impressão que fica é de uma mistura entre retrô-consagrado com modernidade. Isso porque, não obstante as novas texturas, personagens e animações agora em 3D (eliminando de uma vez por todas o saudoso “quadro-a-quadro”, que vingou por muitos anos), basta selecionar um dos personagens icônicos no modo Arcade e disparar alguns golpes do clássico repertório do jogo para perceber que o melhor de duas épocas distantes encontra-se em um único ótimo jogo de luta.

É claro, isso principalmente pelo fato de SFIV agrupar novamente todos os lutadores clássicos que fizeram muita gente destroçar máquinas de fliperama há quase duas décadas já. E isso é ótimo. Quer dizer, você de alguma forma sabe que ¼ de lua + soco disparar o bom e velho “hadouken”, e que se ficar apertando alucinadamente o botão de soco, em algum momento o bom e velho monstrengo verde do Brasil vai se tornar um gerador de energia ambulante.

Aparentemente, a Capcom aprendeu uma série de lições durante toda a duração da série. E, não obstante o fato de a indústria de games estar vivendo uma época de valorização do retrô, é certo que muitos dos erros cometidos em títulos como Street Fighter III (e sua turba de desconhecidos) ou ainda no terrível Street Fighter The Movie, serviram para que a empresa juntasse e apreendesse tudo o que fez de Street Fighter uma das melhores franquias de luta da história dos games.

Arcade até os ossos







Street Fighter IV traz tudo o que marcou a era de ouro da franquia, incluindo um inexorável “clima arcade”. Andamento dinâmico, músicas em ritmos acelerados, sequências simples e descompromissadas — quer dizer, já que um simples chute resolve, pra que decorar uma série interminável de comandos que ainda pode dar errado no meio do caminho? É mais ou menos por aí —, sem falar nos comandos que acabaram entrando em diversos jogos de luta, como a clássica “meia-lua-mais-alguma-coisa”.

Para completar essa impressão, quem estiver jogando online ainda pode se deparar, em meio e uma campanha single-player, com um desafiante advindo de qualquer parte do globo, o que interrompe imediatamente o andamento do jogo. Enfim, um sentimento bastante parecido com aquele experimentado nas máquinas, quando um desafiante surgia com uma ficha, determinado a tirá-lo dali — bem, pelo menos aqui você não perderá o seu dinheiro.







Além disso, toda a movimentação dos personagens parece ter sido tirada do fundo do baú, de forma que qualquer jogador de longa data que tenha aposentado a velha camiseta furada já há algum tempo — que era utilizada sobre o direcional para disparar shorioukens e afins — vai acabar se sentindo em casa. É claro que existem movimentos novos e, de forma geral, a jogabilidade de SFIV não ficou estacionada no tempo. Só que um pouco do estilo “old school” ao massacrar os controles ainda pode fazer um bom estrago.

Ah, sim. Os mais saudosistas vão ainda poder optar pelo áudio original em japonês, selecionado exclusivamente para cada personagem.

Street Fighter 2.5D








É realmente impressionante perceber como os bons e velhos combates 2D ainda dão um bom caldo — já que de 3D aqui só mesmo os gráficos, nada de jogabilidade. Não que a tentativa com SF EX não tenha lá os seus méritos, e de fato o jogo ainda é bem lembrado por muita gente. Mas a combinação de beleza e funcionalidade de SFIV pode mesmo ser considerada muito mais memorável (sem nenhum purismo incontido aqui).


A revolução gráfica é evidente. São ótimas texturas em cel-shade, polígonos virtuais bastante naturais e, de forma geral, movimentos bem fluentes. Jogadores da “velha guarda” também vão perceber mudanças significativas nos cenários, agora muito mais detalhados e interativos. Jogar alguém no chão provoca alterações nas águas de um lago, quebrar coisas, fazer pessoas caírem de bicicleta, etc. De fato, acabaram caindo fora os clássicos sujeitos que ficavam “socando o ar” em um clássico moviento GIF.

Outro ponto alto fica por conta das expressões dos lutadores. Basta reparar a cada de um oponente quando se estiver na iminência de disparar um especial (quando o tempo normalmente é congelado): normalmente o pobre infeliz fará uma cada de quem sabe exatamente o que está por vir.

Focus, especiais e afins

Auras saudosistas à parte, é inegável que a jogabilidade de SF ganhou vários quêsitos a mais. É claro que você ainda vai poder ganhar as lutas contando unicamente com uma série quase infinita de hadoukens e shorioukens. Mas os novos recursos certamente acrescentam algumas interessantes dimensões extras aos combates.

Um dos acréscimos mais heterogêneos em relação ao que sempre foi feito em SF é o novo “focus attack”. Trata-se de uma ferramenta permite que se absorva os impactos para posteriormente liberá-los de forma ofensiva ou defensive. Para utilize-la é bastante simples: basta que se mantenha pressionados os botões de “chute médio” e “soco médio”.
Isso porque o modo arcade está muito mais para modo história. Uma vez que se escolha um personagem, o jogo iniciará mostrando um trecho em anime com o personagem, mostrando um pouco sobre o motivo de ele ter entrado em um embate mundial e contextualizando superficialmente as coisas. Cada início de luta também traz uma animação em que os personagens põem pra fora alguns chavões de luta — como “mission start”, que agora precede cada uma das lutas do guile.

Além disso, outra novidade são as lutas que começam com um “Fight your Rival”, no qual arqui-inimigos tem a oportunidade de finalmente acertar as contas. Enfim, um bom adereço quando o combate envolve, por exemplo, Ryu e Sagat — cuja rixa é bem conhecida de qualquer um que conheça um pouco da série. Mas fica meio sem sentido quando se descobre, subitamente, que o roliço Rufus é um inimigo jurado de Ken. Mas, de qualquer forma, não deixa de ser um acréscimo.

No mais, caso você chege até o final, essa será a hora de enfrentar o sucessor de M. Bison: o excêntrico e orgulhoso Seth, que reside em uma espécie de laboratório nuclear — e o próprio vilão incorpora muito desse clima, parecendo ser uma espécie de experiência descontrolada. Por fim, vencer Seth vai jogá-lo diretamente para um dos finais “old school” do jogo, com a diferença que os (toscos) quadros coloridos agora deram lugar a mais cenas de anime.



Bem, caso você não consiga chegar até o final, talvez o negócio seja então se valer de uma das boas novidades de SFIV, que são os vários níveis de dificuldade. Entre um total de oito níveis, é bem provável que você encontre um bastante apropriado às suas habilidades. Quer dizer, uma melhoria em relação aos clássicos fácil-médio-difícil. Além disso, uma ajuda extra ainda pode ser obtida com a lista completa de golpes disponível dentro do jogo — bastante atípico em SF.

A falta de um “tournament mode”

Um pequeno porém em relação aos desafios de SFIV entretanto deve ser colocado na falta de um modo torneio, algo que existe até mesmo no relançado SF II HD Turbo Remix. Não obstante, os vários sub-modos contidos dentro do modo “challenge” ainda pode trazer uma boa diversão.

Combata até o tempo se esgotar em “Time Attack” ou enquanto o seu lutador agüentar no modo “Survival”. Além destes, um acréscimo interessante vem na forma do modo “Trial”, no qual você será confrontado com sequências de golpes de dificuldade crescente — começando com os golpes especiais simples e chegando nas incríveis sequências com especiais e o novo ataque “focus”.

Existe ainda uma boa ferramente para ajudar tanto jogadores veteranos quanto novatos. Trata-se do modo de treino. Tudo bem, modos de treino já foram vistos centenas de vezes em centenas de jogos. Entretanto, em SFIV, após escolher o seu lutador e o oponente, será possível deixar o oponente em uma determinada posição, treinar movimentos específicos (como o ataque focus), completar as barras, etc. Sem dúvida um ótimo lugar para se começar.

Personagens clássicos para um jogo clássico

Para levar a franquia SF novamente à época clássica, na melhor do que rechear SFIV com todos os jogadores que marcaram o icônico SFII. Assim sendo, você terá novamente reunidos em um único título: Ryu, Ken, Chun-Li, Blanka, Edmund Honda, Zangief, Guile, Dhalsim, Balrog, Veja, Sagat, e Mike Bison (pois é, o “M” é de “Mike”, não de “Mister”).
Além destes, seis novas caras devem farão a sua primeira aparição. São eles: Abel, um brutamontes bastante afeito aos “agarrões” e com um interessante código de ética; Crimson Viper, uma lutadora com vários golpes aéreos e uma estética... singular; Rufus, um rotundo e caricato lutador com mais velocidade do que aparenta e, por fim, El Fuerte, um ágil praticante de luta livre com todo um arsenal de golpes característicos.

Além destes, Gouken, mestre de Ryu e Ken, faz a sua primeira aparição como personagem disponível para jogar — os golpes do velho mestre deixam bem claro que nem tudo foi passado aos pupilos.

Outras figuras conhecidas também vão dar as caras, uma vez que se feche o jogo no modo arcade de várias formas. Entre eles estão os debutantes de Super Street Fighter II, Fei Long e Cammy — já na gaveta por um bom tempo, desde SF Alpha III —, além de Sakura, Akuma, Rose, Dan e Gen.

E o bom e velho sedan?

Além de ter deixado o modo “tournament”, SFIV ainda cometeu um pecado considerável (ao menos quando se considera a tentativa da franquia em “voltar no tempo”). Basicamente, fica a pergunta: onde foi parar o bom e velho sedan das fases bônus? E os barris que despencavam de uma esteira? Pois é, nada de fases bônus. Tudo bem, não é tão sério... mas não dá pra entender o porque de não ter sido incluído.

Bem, pelo menos ainda será possível aumentar consideravelmente o guarda-roupas dos personagens. Isso porque a Capcom planeja uma extensiva distribuição de conteúdos online, não apenas novas roupas como também ferramentas e um modo de torneio online.

Renovar uma marca consagrada traz sempre os mesmos problemas: renovar algo já enraizado e correr o risco de desagradar os fãs, ou focar tanto no passado que o título acaba virando, no melhor das hipóteses, “cult”. Bem, o jogo de cintura da Capcom parece ter evitado sabiamente ambos os extremos.

Street Fighter IV certamente vai agradar os fãs de carteirinha, que vão encontrar familiaridades em todo canto. Mas também oferece uma série de novidades, melhorias e atrações que devem agradar a maioria dos fãs de jogos de luta, além de transformar o título em um dos melhores jogos de luta da atual geração de consoles.

Enfim, não sabe o que comprar? Anda meio cheio de Soul Calibur IV ou Mk vs DC? Então talvez seja a hora de disparar mais alguns shourioukens.






























Nenhum comentário:

Postar um comentário